Olá, eu sou a Dani Souto. No texto de hoje, falaremos sobre: Atendimento Psicológico na Violência contra Mulheres
As mulheres que sofrem violência procuram mais os serviços de saúde, porém os/as profissionais ainda não identificam e/ou registram a violência nos prontuários como parte da rotina do atendimento. Entretanto, parece existir uma diferenciação no encaminhamento dos casos: as situações de violência doméstica ou sexual têm indicação para serviços de saúde mental, enquanto os outros tipos de violência - como, por exemplo, a violência urbana - não têm a mesma indicação.
A situação de violência contra a mulher apresenta, para os serviços de saúde, um problema para o que os modelos antigos de intervenção não dão uma resposta eficiente, e a solução é "jogá-lo" para a/o psicóloga/o -"que resolve coisas complicadas", "que entende de problemas da cabeça dessas mulheres problemáticas" - como última alternativa para o caso, sendo essa uma intervenção isolada, sem vinculação com outras questões da saúde, como a saúde da mulher e a saúde mental. Por outro lado, a atuação da Psicologia se faz necessária dentro do conjunto de intervenções para o enfrentamento do problema.
A violência psicológica gerando transtornos para a saúde e esses transtornos demandando intervenção da Psicologia. A atuação da Psicologia é percebida como necessária nos casos de violência psicológica e na baixa auto-estima da mulher que convive com a violência. No entanto, essa percepção parece isolada de uma atuação da saúde mental como política pública.
O universo da Psicologia aparece na definição, na tipologia de classificação das violências cometidas contra as mulheres, e, ao mesmo tempo, aparece como ação prioritária na prevenção e na assistência a esses casos, num primeiro momento, como forma de livrar os profissionais da saúde de enfrentar um tipo de situação da qual seus procedimentos e protocolos de atendimento não dão conta e num segundo momento, como integrante de uma rede de ações necessárias com uma demanda própria.
A política de saúde mental precisa também oferecer apoio psicológico às mulheres em situação de violência e às equipes de atendimento, num trabalho de `retaguarda' para os/as profissionais da saúde, de assessoramento nas discussões de saúde mental e de inclusão da saúde mental como um aspecto significativo da saúde.
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