Você tem fome noturna? Veja se é uma doença!





Olá, eu sou a Dani Souto. No texto de hoje, falaremos sobre: Você tem fome noturna? Veja se é uma doença!
O dia transcorre tranqüilamente, mas para algumas pessoas comer não importa muito. Café da manhã, almoço e jantar bem simples, quase uma dieta rigorosa! É somente quando cai a noite, que os portadores da síndrome da alimentação noturna sentem um desejo imperioso de levar (bastante) comida à boca.

O que caracteriza essa síndrome é justamente o hábito das pessoas comerem o equivalente a 50% da ingestão alimentar total diária após as 19 horas, quando o metabolismo é mais lento (veja infográfico). Os pacientes apresentam também perda de apetite pela manhã, têm problema de insônia e de sono fragmentado, levantando-se uma ou mais vezes da cama.

"Esses episódios noturnos de ingestão alimentar são diferentes dos vividos por quem tem compulsão alimentar. Quem tem a síndrome noturna faz pequenos lanches à noite, antes ou após iniciado o sono, e tem a sensação de que sem esses lanches não seria possível dormir", descreve o psiquiatra Alexandre Azevedo, coordenador do Grupo de Estudos de Comer Compulsivo e Obesidade (Grecco), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (FMUSP). A 'necessidade' de comer, nesse caso, é exclusivamente noturna e durante o dia o indivíduo tem uma ótima relação com a comida. Acreditase que a síndrome afeta 1,5% da população em geral e 8% dos obesos.

Efeitos no sono e no peso

O problema gera dois principais efeitos. Um deles é a insônia, levando a distúrbios em cascata, como fadiga, sonolência, dores de cabeça, irritabilidade, descontrole emocional, perda de atenção e concentração, prejuízo no rendimento profissional. O outro é o ganho de peso e conseqüências associadas, como hipertensão, diabetes, elevação de colesterol e triglicéride e muitas vezes intoxicação alimentar. "O problema maior é o sofrimento psíquico, acompanhado de tristeza e angústia, pelo fato do paciente não conseguir manter um bom padrão de sono nem evitar os episódios de lanches noturnos", relata o médico Azevedo.

O portador da síndrome noturna até reconhece que seu comportamento alimentar é problemático, mas raramente busca tratamento especializado. Há um forte componente emocional associado à manifestação do distúrbio da compulsão noturna como válvula de escape, diz João César Castro Soares, endocrinologista e nutrólogo pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp): "muitas vezes a pessoa come à noite para se livrar das críticas por comer exageradamente e também como uma forma de esconder os problemas que o levaram àquela compulsão", afirma o médico.

Como reconhecer

Para caracterizar a síndrome, é preciso que haja o que os médicos chamam de 'recorrência noturna' por pelo menos três meses. Segundo o médico João César, há diversos quadros de 'compulsão' já identificados e diagnosticados. Os principais incluem a concentração das refeições no período noturno e — a mais grave e preocupante — a que leva a pessoa a interromper o sono para aplacar a fome que a consome. "Esses pacientes tendem a ficar cada vez mais obesos se não buscarem tratamento".

O coordenador do Grecco, Alexandre Azevedo, esclarece: outros lanches noturnos esporádicos, como aqueles para aliviar uma 'dor de estômago' ou por um estado de hipoglicemia, comum aos diabéticos, ou por dificuldades para dormir, são relativamente comuns e não entram na classifi- cação da compulsão noturna para comer. Os médicos dizem que não há evidências claras de quais seriam os 'gatilhos' que desencadeiam a síndrome, mas eventos estressores geradores de ansiedade, em um indivíduo predisposto, podem certamente desencadear o problema.

Tratamento ainda engatinha

Por se tratar de um problema ainda em estudo, sem critérios diagnósticos bem definidos, não há consenso sobre tratamento. Em geral, são usados remédios, pois a terapia nutricional ou a psicoterapia tem pouco impacto sobre os sintomas. Os pacientes não respondem aos indutores do sono ou a medicamentos para a ansiedade. Na falta de estudos prévios, os médicos optam pela escolha do tratamento com base no relato de cada caso e em sua experiência clínica.

Normalmente, a preferência recai sobre antidepressivos que agem para garantir maior regularidade do padrão de sono e adequação da saciedade, atuando na compulsão para comer. Os sintomas podem se estabilizar, mas, segundo o psiquiatra, não é possível ainda falar em resposta definitiva ou a longo prazo, pois, como os mecanismos desencadeadores da síndrome ainda são desconhecidos em sua totalidade, os sintomas podem retornar.

"A orientação normalmente é também dietética, com a introdução de alimentos no jantar que dêem maior sensação de saciedade", explica João César.


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