Saiba tudo sobre HIV na gestação





Olá, eu sou a Dani Souto. No texto de hoje, falaremos sobre: Saiba tudo sobre HIV na gestação

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Apesar do estigma que a infecção com HIV ou aids ainda carrega, é possível levar uma vida normal desde que o vírus seja mantido sob controle com remédios apropriados. Com o tratamento adequado, ele não evolui para a síndrome da aids, que leva à perda da imunidade, causada pela queda dos linfócitos CD4, espécie de equipe de segurança do corpo. Com a defesa baixa, a infecção serve como porta de entrada para doenças oportunistas, como tuberculose, pneumonia, meningite e toxoplasmose. Até mesmo infecções normalmente inofensivas, como a candidíase, podem ser transformar em doenças perigosas no organismo do portador da aids.

Pré-natal

É obrigatório por lei que toda gestante faça o teste de HIV logo nas primeiras consultas do pré-natal. Se negativo, o teste é repetido no terceiro trimestre de gestação. É preciso eliminar o preconceito em relação ao teste. Se o médico está pedindo é para ter certeza de que a paciente não foi exposta a ele. Não quer dizer que está desconfiado dela ou qualquer coisa do tipo.

Tendo descoberto a presença do vírus no pré-natal ou antes dele, a gestante segue com os exames normais, como ultrassonografias periódicas. A menos que tenha uma condição que indique gravidez de risco associada, como descolamento de placenta. Nesse caso, terá de ser acompanhada também por um infectologista.

Ela tem de continuar tomando os medicamentos nas mesmas dosagens e frequência. Entretanto, existem alguns remédios contraindicados na gravidez.

Caso ela ainda não seja acompanhada por um infectologista, é hora de começar a ser acompanhada

Descobriu durante a gestação?

Outro ponto importante do quadro de ocorrências de HIV atualmente são as particularidades do contágio. Muitas vezes as mulheres pegam o vírus do companheiro e só descobrem no momento da gestação. Por lei, o companheiro tem de avisar o outro de que tem o vírus.

Realizados o acolhimento e a orientação da gestante, é preciso se certificar de que a gravidez correrá normalmente e de que o bebê não será contaminado. Para isso, é feita a negativação da carga viral da mulher. Quanto menor for essa carga, menor o risco de contaminação da criança. O Ministério da Saúde preconiza que seja de, no máximo, mil cópias do vírus por mililitro de sangue. Existem atualmente vários tipos de medicação que fazem o papel do famoso coquetel, e cada um deles é mais apropriado para determinada pessoa. A carga viral é baixada com medicamentos antirretrovirais que não tenham contraindicação para grávidas.

Por convenção do Ministério da Saúde, a medicação é administrada a partir da 14ª semana de gestação e mantida durante toda a gravidez. Caso a mulher já tome medicação antirretroviral liberada para gestantes, ela mantém até o fim da gestação. Alguns médicos recomendam que o tratamento com antirretrovirais seja iniciado a partir da 24ª semana de gestação, já que o segundo e o terceiro trimestre correspondem ao período com maior risco de contaminação. É preciso avaliar caso a caso e consultar o obstetra e o infectologista responsável pelo atendimento. Ainda não há consenso entre os médicos sobre a continuidade da medicação antirretroviral após o parto.

Contaminação na gravidez

A taxa de transmissão vertical registrada pelo Ministério da Saúde em 2012 foi de 3,4 para cada 100 mil habitantes. Em dez anos, o número teve queda de 35,8%.

Se a contagem viral for mantida baixa com a medicação sendo tomada corretamente – em geral são duas doses diárias –, é possível ter um bebê saudável. O exame de carga viral é feito periodicamente para acompanhar a evolução da paciente com a medicação. Os antirretrovirais agem rápido para baixar a carga viral. Alguns deles conseguem diminuí-la drasticamente em poucas semanas.

A gravidez é considerada de risco e deve ser acompanhada por dois médicos – um obstetra e um infectologista. Na prática, a gestante conta com um suporte global, com enfermeiras obstetras, nutricionista e psicólogo. Como o atendimento do obstetra e do infectologista é feito em conjunto, reunimo-nos e falamos com a paciente sobre a evolução da gravidez, a taxa de carga viral e o parto. Ela tem de ser orientada.

Evitando a contaminação durante o parto

A última contagem de carga viral é feita próximo ao parto, entre a 34ª e a 36ª semana de gestação. Em geral, o tipo de parto mais indicado para a mulher com HIV é a cesárea eletiva, feita cerca de dez dias antes da data prevista para que a mulher não entre em trabalho de parto. As contrações aumentam o bombeamento de sangue entre a placenta e o bebê, o que pode estimular a maior circulação do vírus. A ideia é que o bebê entre em contato o menos possível com o sangue e as secreções da mãe. A retirada da criança é feita pelo corte da cesárea e vai se descolando a bolsa das paredes uterinas. Quando ela estiver mais solta, puxa-se para fora da cavidade abdominal e rompe a bolsa depois que a cabeça do bebê já estiver para fora. Assim, ele não aspira as secreções e o sangue da mãe.

 Se a mulher desejar o parto normal, poderá fazê-lo, contanto que a carga viral seja indetectável. Deve-se também evitar que a bolsa fique rota por mais de quatro horas, para que o bebê não tenha contato direto com as secreções da mãe; o uso de fórceps, que pode causar escoriações na cabeça do bebê, criando uma entrada para o vírus; e a episiotomia, que põe a criança em contato direto com o sangue da mãe.

A mulher recebe o antirretroviral injetável durante o parto. No caso da cesárea eletiva, ele é administrado a partir de quatro horas antes do parto até o nascimento. O bebê toma um xaropinho de antirretroviral desde o nascimento até a sexta semana de vida.

O acompanhamento do bebê no pós-parto

Existem orientações diversas sobre o acompanhamento do bebê após o parto. O Ministério da Saúde defende que a criança faça dois testes de carga viral – um no primeiro mês de vida e outro no quarto – para certificar que a infecção não foi transmitida da mãe para o filho ao longo da gestação ou durante o parto. Se os dois resultados forem negativos, a conclusão é de que a criança não foi infectada. Somente após a realização de exames nesse período, o médico pode dizer se houve ou não a transmissão do HIV.

Amamentar pode?

A mãe não deve amamentar. Existem estudos que demonstram risco adicional de 7% a 22% de transmissão vertical por essa via. A gestante recebe medicação para inibição da lactação e o Ministério da Saúde fornece fórmula láctea infantil ao recém-nascido. Em alguns países da África a amamentação não é proibida porque existe um perigo maior do que a criança ser contaminada pelo HIV: ela pode morrer em decorrência de inanição ou contaminação por água com coliformes fecais. 


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